Ranking 2024
49/ 180
Nota: 68,45
Indicador político
48
61.92
Indicador econômico
69
48.20
Indicador legislativo
55
70.54
Indicador social
49
73.38
Indicador de segurança
51
88.20
Ranking 2023
53/ 180
Nota: 69,04
Indicador político
68
59.65
Indicador econômico
73
49.24
Indicador legislativo
53
71.86
Indicador social
36
81.44
Indicador de segurança
51
83.03

A Romênia pode se gabar de um cenário de mídia diversificado e relativamente pluralista que constitui um terreno fértil para reportagens contundentes de interesse público. Contudo, a falta de transparência no financiamento dos meios de comunicação, especialmente no que diz respeito a fundos públicos, bem como as dificuldades do mercado comprometem a fiabilidade da informação e a confiança na mídia.

Cenário midiático

Grandes grupos europeus (Ringier, PPT Group ou Dogan Media International) estão presentes no mercado ao lado de grandes e pequenos atores locais (Intact Media Group, RCS&RDS, Hotnews, G4Media, Recorder, Rise Project ou PressOne). O mercado é diversificado, mas também fragmentado, com um elevado número de canais cuja sustentabilidade é frágil. As escolhas editoriais são muitas vezes subordinadas aos interesses dos proprietários, transformando a imprensa em instrumento de propaganda.  

Contexto político

Os meios de comunicação na Romênia carecem de independência e são vítimas de tentativas de interferência, sobretudo na nomeação dos diretores da rádio e televisão públicas, mas também do Conselho Nacional do Audiovisual. Os partidos políticos podem obter uma cobertura midiática favorável através de financiamento opaco dos meios de comunicação. O discurso político agressivo contra os jornalistas foi retomado por políticos populistas.

Quadro jurídico

A legislação que protege a liberdade de expressão e de imprensa é insuficientemente aplicada, embora esteja alinhada com as normas europeias, inclusive na esfera constitucional. A interferência dos promotores no trabalho jornalístico equivale a assédio e levanta sérias preocupações, enquanto a justiça tenta cada vez mais pressionar a mídia a revelar suas fontes.  Os processos abusivos (SLAPP) proliferaram, e as decisões judiciais nem sempre atendem aos padrões de liberdade de imprensa.

Contexto económico

Os mecanismos de financiamento da mídia são muitas vezes opacos ou até corruptos.  Embora as maiores empresas de mídia consigam ser economicamente viáveis, a maioria delas depende de fontes externas de financiamento, doações e subvenções. A prática generalizada de desvio de fundos para a mídia, de forma não transparente distorce tanto o mercado quanto a missão de controle do governo pela imprensa. Além disso, a nova estratégia comercial do grupo Ringier na Romênia gerou preocupações com a independência editorial em 2023, quando vários editores-chefes foram forçados a deixar os seus meios de comunicação.

Contexto sociocultural

O jornalismo de interesse público se viu confrontado com a concorrência de narrativas enganosas e “fake news” de alguns meios de comunicação e políticos, especialmente no contexto da pandemia de Covid-19 e, mais recentemente, da guerra na Ucrânia. Certos grupos populacionais tendem a confiar nestas informações falsas, que por vezes convergem com a propaganda russa e alimentam a sua desconfiança em relação aos meios de comunicação.

Segurança

A segurança dos jornalistas continua a ser motivo de preocupação: eles são frequentemente alvo de ataques, ameaças e intimidação. No emblemático caso de perseguição e campanha difamatória contra a jornalista Emilia Sercan, as autoridades não só não fizeram justiça, como também são suspeitas de serem cúmplices. A vigilância também continua problemática, com serviços de inteligência tentando ganhar mais poder e influência no contexto da guerra na Ucrânia e outros conflitos internacionais.