África
Somália
-
Ranking 2024
145/ 180
Nota: 39,4
Indicador político
129
35.99
Indicador econômico
103
42.01
Indicador legislativo
155
35.58
Indicador social
139
44.84
Indicador de segurança
146
38.56
Ranking 2023
141/ 180
Nota: 44,24
Indicador político
98
53.44
Indicador econômico
108
44.49
Indicador legislativo
142
43.63
Indicador social
133
51.14
Indicador de segurança
169
28.50

Os jornalistas atuam em um clima de corrupção e grande insegurança. Com mais de 50 profissionais da mídia mortos desde 2010, a Somália continua sendo o país mais perigoso para jornalistas na África.

Cenário midiático

Desde a queda da ditadura do general Mohamed Siad Barre em 1991, sinalizando o fim do monopólio estatal da mídia somali, o setor se desenvolveu e se diversificou, apesar de um ambiente extremamente hostil e instável. A rádio continua sendo o meio mais popular. O acesso à informação via televisão continua sendo um fenômeno amplamente urbano. Existem dois canais públicos e vários canais privados, alguns dos quais transmitidos via satélite e criados pela diáspora no estrangeiro. O Universal TV, com sede em Londres, é o mais conhecido. A imprensa escrita está em declínio e restam apenas dois títulos na capital Mogadíscio. 

Contexto político

As pressões sobre os jornalistas somalis e as tentativas de corrupção oriundas do meio político são frequentes. Vários meios de comunicação pertencem a líderes políticos que podem ser encontrados no Parlamento, no Executivo ou mesmo entre diplomatas. Cada estado federado também possui um meio de comunicação, muitas vezes considerado o porta-voz das autoridades locais.

Quadro jurídico

O arcabouço legal é muito repressivo. Não é incomum que jornalistas sejam levados a tribunais militares na tentativa de justificar sua detenção prolongada, ou tribunais civis que se baseiam no Código Penal de 1964, ou em textos que datam da ditadura militar. A moratória às detenções de jornalistas prometida pelas autoridades em 2020 ainda não foi adotada.

Contexto económico

Neste país que figura entre os mais pobres do mundo, a corrupção é generalizada e não poupa jornalistas ou gestores de meios de comunicação. Os auxílios estatais aos meios de comunicação social são opacos e dirigidos a quem é favorável às autoridades. 

Contexto sociocultural

A importância da cultura do clã desempenha um papel considerável no tratamento das informações, sendo difícil para os jornalistas lidar com os assuntos de forma objetiva e que respeite a pluralidade de opiniões. Os assuntos sobre orientação sexual ou gênero são particularmente tabus devido à influência do islamismo radical no país. O grupo terrorista islâmico Al-Shabaab, ligado à Al-Qaeda, possui o seu próprio veículo de comunicação, a Radio Andalus, que divulga sua propaganda.   

Segurança

Prisões, assédio, agressões sexuais contra mulheres jornalistas, assassinato. São inúmeros os perigos para os jornalistas. Aqueles que não se submetem à autocensura são atacados pelos Shebab, os principais autores dos assassinatos de jornalistas, ou são vítimas de prisões ou detenções arbitrárias. As autoridades da Somalilândia e da Puntlândia são particularmente repressivas e exercem enorme pressão sobre a mídia local: detenções arbitrárias, mas também tortura, como foi o caso de três membros do canal privado Maan Media TV, em 2024. Esses abusos são perpetrados com a maior impunidade, apesar de alguns sinais encorajadores enviados nos últimos anos, incluindo a nomeação de um promotor especial encarregado de investigar os assassinatos de cerca de cinquenta profissionais da mídia.